Avatar é o filme do ano! Acabei de retornar do cinema e confesso que ainda estou sob o efeito das impressionantes imagens da película. Um verdadeiro primor de beleza e detalhamento gráfico de realismo astronômico. O projeto despendeu cerca de 500 milhões de dólares em 10 anos envoltos de mistério e de alarde midiático, em grande parte causado pela tal tecnologia que viria inovar o conceito dos filmes 3D (o equipamento para dar vida ao mundo concebido por Cameron não existia). Mas valeu à pena esperar. Sim, James Cameron revolucionou o cinema 3D! Em nenhum momento de seus quase 162 minutos de exibição me pareceu estar assistindo a uma animação, mas a um live action.
Os personagens humanos estão perfeitamente inseridos em um ecossistema construido de tecnologia digital e com alto grau de realismo em todos os seus mínimos detalhes. Os Na’Vi, a raça alienígena nativa do hostil planeta Pandora, são apresentados como arquétipos de culturas indígenas de todas as partes da Terra - que conhecemos e com os quais acabamos nos identificando rapidamente - e tão detalhadamente ricos de minúcias gráficas que podemos perceber os poros da pele deles transpirando. O planeta é alvo da ganância e ignorância dos seres humanos que estão interessados na valiosa substância chamada unobtainium. A aldeia dos Na´Vi fica localizada exatamente sobre uma abundante reserva do precioso objeto de cobiça, mas todas as tentativas 'amigáveis' de levar os nativos a abandonar o local são fracassadas. Como última alternativa a empresa responsável pela ação envia avatares – seres humanos com mentes temporáriamente transferidas para corpos de Na´Vi - para infiltração e investigação da aldeia e seus habitantes a fim de encontrar pontos vulneráveis. Mas o agente infiltrado acaba se envolvendo com os nativos tornando-se defensor da causa deles.
O roteiro não oferece surpresas, valendo-se de uma fonte da qual outras obras, cinematográficas ou não, também já beberam – qualquer semelhança com o prodigioso Dança com Lobos, de Kevin Costner, não é mera coincidência. Amiúde, mesmo sendo presumível, a história recontada não diminui a força do espetáculo. Outro aspecto que chama a atenção e enriquece o roteiro é o seu aspecto místico que alude à hipótese Gaia, levando inevitavelmente o apelo da preservação ambiental. As referências estão todas lá. Em certo ponto do filme (espero que isso não soe como spoiler) o herói se prostra diante de uma árvore que, acredita-se, sintetiza uma espécie de força que conserva e conecta a alma do planeta às almas de todos os seres que o habitam, e solicita a sua ajuda para o desfecho da crise que está chegando ao ápice. Nesse momento, ele confessa o pecado de seus antepassados que destruíram todo o verde de seu planeta natal e estão prestes a fazer o mesmo com aquele lugar. Nesse instante, a narrativa toma o aspecto de um oráculo, mais uma vez apontando para um futuro sombrio onde a louca aventura humana esgotou os recursos do seu planeta de origem.
Discurso ecologicamente emblemático e conveniente nestes tempos em que os grandes líderes mundiais se reuniram no COP 15 e para a decepção geral, não chegaram a um acordo plausível de comprometimento para a redução da emissão dos gases que provocam o efeito estufa (leia-se dentre outros, principalmente, os EUA). Ou seja, continuarão a liderar a lista dos países que mais exploram danosamente os recursos naturais do planeta parecendo não se importar muito com isso.
Agora, resta-me aguardar a estréia do já bastante alardeado - aqui e lá fora – Moon, de Duncan Jones, e a biografia romanceada do revolucionário Charles Darwin, narrada no filme Creation, que espero ansiosamente entrarem circuito por aqui. Enquanto isso, passo o tempo com a química bem humorada dos nerds da telesérie The Big Bang Theory, cujo DVD da primeira temporada acabei de receber de presente. Uma breve digressão.
Eu adoro cinema, principalmente os que usam CG, estou aguardando anciosa para assistir este filme, mas fui informada que aqui em Petrópolis não tem nenhum cinema que possa oferecer a tecnologia 3D de que o filme necessita. Amigo Adilson vamos aguardar para ver! Parabenizo a você pelo blog está ótimo já adicionei aos favoritos.
ResponderExcluirAinda não vi o filme, mas sei que é impressionante! Acho a causa ecológica e preservacionista da maior importância e relevância, sem correr qualquer risco de cair em clichês. Não há clichês, mas sim uma necessidade real de consciência.De acordo com a idéia de GAIA, somos todos um. Nós e o planeta, uma só essência. Não precisamos de mais motivos! Que venha do cinema também o alerta para dias mais "verdes"...
ResponderExcluir