segunda-feira, 25 de maio de 2009

Eu faço, e quem não faz ?

  Há certas coisas que a gente faz e depois fica com a estranha sensação de que acabou de cometer um deslize. Aquele tipo de coisa que você tenta evitar mas quando dá por si, se pega em flagrante. Neste ponto, é tarde demais e só resta fingir que não aconteceu nada. Bem, existem casos, e eles são a maioria, em que não existem testemunhas e o único dedo acusador apontado no nosso nariz procede de nós mesmos.

  Pelo menos para um desses casos, que parece fazer parte do cotidiano de muita gente, encontrei a redenção. Graças a uma campanha bem bolada que acabou se tornando um viral na rede, descobri que fazer xixi no banho não apenas é aconselhável, como também colabora para preservação da água potável do nosso planeta. Confira aqui a brilhante idéia da F/Nazca para a fundação SOS Mata Atlântica e aprenda como esse hábito pode contribuir para a preservação dos recursos naturais.



 Adeus peso na consciência.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Origens 1



  Existem pessoas que parecem não ter tido infância. Eu procuro refrescar a memória com a minha freqüentemente. Minhas lembranças da tenra idade pululam quando me sinto afetado por notícias como a filmagem de um novo episódio de Indiana Jones ou, mais recentemente, a nova versão de Jornada nas Estrelas para o cinema. Na verdade, desde criança, sempre tive uma inclinação para o que hoje chamamos de cultura pop.

  Lembro da primeira vez que fui ao cinema, levado pelo meu irmão mais velho, para assistir Superman – O Filme. Não demorou muito tempo para que, posteriormente, eu aparecesse com um “S” estampado no peito e uma capa - qualquer pedaço de pano servia, pois pra mim não fazia diferença- tentando voar por ai, sem sucesso. Qual será o marmanjo que, na sua infância, não fez isso? Aposto, contudo, que nem todos tentaram fazê-lo com a elegância do Cristopher Reeve.

  Quando o Império Contra-Ataca, o segundo episódio de Guerra nas Estrelas (que na verdade é o quinto) foi exibido nos cinemas, mais uma vez ali estava eu, em companhia do meu bendito irmão mais velho. A jornada de Luke Skywalker para aprender a arte Jedi não passou despercebida e também pensei ter aprendido algumas coisas com o mestre Yoda. Resolvi então transmitir para meus coleguinhas. Formei um grupinho de discípulos e, por mais que tentássemos utilizar a ”força”, não conseguíamos mover um grão de areia sequer. Quem viu Yoda tirar um X-Wing submerso do pântano, vai entender o que eu digo. Mas ao menos, tivemos nossos sabres de luz que, estranhamente, pareciam cabos de vassoura para os adultos.

  Também peguei fila para assistir E.T. O Extraterrestre, mas não chorei no final. Mais tarde, fiz um E.T. com um pote de Danoninho, afinal de contas, o pote era o formato do corpo dele, ou quase. Só faltavam a cabeça e os pés, já que o E.T. quase não tinha pernas.
  Isso me leva a pensar em como o mundo imaginário recriado nos filmes podem incentivar a criatividade. Seriados como Buck Rogers, Galáctica, Jornadas nas Estrelas – que eu assistia, mas não entendia nada- me levaram a montar miniaturas de espaçonaves. Trambolhões que na minha mente de criança eram parecidas com as originais. Mas havia pequenos detalhes nelas que eram, digamos, essenciais. Esses não podiam faltar. A estranha forma da Millennium Falcon ou o formato de prato duralex onde ficava a ponte de comando da Enterprise. Além das miniaturas, cockipts de naves espaciais em tamanho real, tinham direito a cadeiras para navegadores de bordo e tudo.

  Aliás, falar em pratos me faz lembrar uma promoção feita pelo Claybom Cremoso - a margarina da menininha do “Nhac!” - que trocava um prato branco de vidro por certa quantidade (o número não lembro) de tampas dos potes. No meu bairro foi uma febre. A garotada revirava o lixo atrás das tais tampas. Eu, como grande conhecedor dos principais lixões da minha rua, não fiquei de fora. Minha mãe, que não sabia de onde saiam tantas tampas de claybom, ficava com o sorriso estampado no rosto. Mas essa história fica para outro post.

Reflexões de uma noite sem lua




  Vivemos em um mundo agitado. Tendenciosamente apelativo, o contexto do mundo em que vivemos é capaz de nos levar gradativamente para longe das coisas essencialmente importantes, se não estivermos em constante vigilância. Podemos afirmar que o sistema ao nosso redor procura incessantemente fazer-nos esquecer que existe um Deus que nos ama e se preocupa conosco. Distancia-nos das belezas admiráveis de um mundo que nos rodeia a todo o tempo, procurando incansávelmente chamar a atenção. Como pontuou o meu vizinho numa breve conversa quando voltávamos do trabalho: “Quando era menino, subia no telhado de casa para ficar admirando noites como essa.”- disse, fitando a lua cheia despontando no horizonte. Concordei, pensando que até alguns anos atrás fazia o mesmo. Mas agora, atolado de trabalho e responsabilidades havia perdido o hábito completamente.

  Imagino que experiências simples como apreciar a Via-Láctea estendendo seu manto no céu sem lua, o planar de um gavião na paisagem ou a intrincada teia de galhos das copas das árvores, fazem parte de um momento efêmero na vida da maioria das pessoas, graças ao patrocínio de um cotidiano nervoso e agitado. Com urgências que nunca terminam e uma profusão interminável, onde quase tudo tem vida curta e a atualização e o ritmo não param. De fato, numa sociedade cada vez mais exigente e doadora de desejáveis confortos promovidos pela sofisticação, o comodismo chega por osmose. O que se ganha, na verdade, não se compara com o que se perde e os excessos destituem a vida de sentido. A mente desprovida de profunda reflexão no universo e na sabedoria natural distancia o homem de Deus e de seu semelhante.

  Aqueles que apenas empanzinam seu ego possuem vidas que começam e terminam em si mesmos. Parecem se esquecer do sentido de sua existência, envoltos em suas casas bem aconchegantes, seus automóveis e aparelhos sofisticados. Cercados de todo o conforto em um ambiente personalizável. Bem parecidos com aquele homem rico, parafraseado por Brenan Manning, “que teve uma colheita de altíssima produtividade e fez provisões para uma ainda maior no ano seguinte. Ele disse a si mesmo: “Rapaz, você é um cara fantástico. Trabalhou duro, fez por merecer tudo o que veio até você e encheu sua cesta de ovos para o futuro. Agora, pegue, coma à vontade, beba até cair e aproveite a vida”. Naquela mesma noite, Deus abalou o senso de segurança dele: “Tolo! Esta mesma noite a sua alma será exigida de você; e todo esse seu patrimônio, quem desfrutará dele agora?””.

  Olhar para a grandiosidade da criação é desconcertante, leva-nos a olhar atenciosamente para nós mesmos e a levantar as mesmas perguntas. Qual será a razão de tudo isso? Qual é o sentido da vida?
Se Deus existe, Ele nos chama para uma vida plena onde a razão da nossa existência se encontra Nele. Portanto, voltando-nos para o Criador de todas as coisas descobrimos que podemos escolher muitas coisas na vida: carreira, cônjuge, passatempos, entre outras. Contudo, não podemos escolher nosso propósito, a razão de existirmos.

  O propósito da nossa vida cabe num outro propósito muito maior que Deus planejou para a eternidade. É isso o que devemos buscar. É o que descubro ao contemplar a imensidão do cosmos. Diferentemente do que podem expressar alguns pensadores, encontro a minha importância quando me deparo com minha aparente insignificância, pois posso admirar um universo que parece existir para causar uma mistura de prazer, respeito e estupefação em mim.