quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Apocalipse Z, de Manel Loureiro


Eu não era muito interessado por essa onda zumbi que tem impregnado as sua vertentes na cultura pop nas últimas décadas. Ultimamente, porém, acompanho a série de tevê The Walking Dead - originária da HQ homônima e que iniciou, esta semana, a segunda parte da sua 3ª temporada (que é exibida no Brasil pelo canal FOX). Li também o livro Apocalipse Zumbi, escrito por Alexandre Callari, o primeiro desse gênero na literatura brasileira .
 
Antes do livro do Callari, contudo, eu já tinha sido fisgado, por pura curiosidade, pela boa surpresa que foi a leitura de Apocalipse Z - O Princípio do Fim, escrita pelo espanhol Manel Loureiro, em 2007. Acompanhei o desafortunado advogado, não nomeado pelo autor, que é o protagonista sobrevivente dessa aventura bizarra e escatológica que acontece em meio a um caos apocalíptico infestado de não mortos. A narrativa, em terceira pessoa, credita um tom de realismo aos acontecimentos que começam com notas pessoais postadas em um blog e terminam com apontamentos num diário - sobre rotina do advogado e de um incidente radioativo no Cáucaso que rapidamente toma conta dos noticiários e gera desinformação, como uma tentativa do governo de encobrir um acontecimento mais grave. O registro em estilo ágil, mantém o mistério, inicialmente, e a adrenalina aos picos do início ao fim, com os acontecimentos descritos totalmente através da perspectiva do personagem. No meio da aventura, outros sobreviventes nos são apresentados, alguns deles capazes de fazer qualquer coisa para sobreviver.

Manel Loureiro é jornalista e começou a postar o texto em um blog na internet, que, após receber um número cada vez maior de acessos, virou um fenômeno no país. O sucesso foi tão grande que acabou originando o livro, que rapidamente se tornou um best-seller e gerou duas continuações. Em Apocalipse Z - Os Dias Escuros, o autor dá continuidade à jornada dos heróis que sobreviveram aos angustiantes acontecimentos da narrativa anterior. Dessa vez, procuram um refúgio para recomeçar as suas vidas. Contudo, ao chegar no lugar que julgam ser um dos últimos pontos de resistência e refugo, percebem que os sobreviventes estão à beira de uma guerra civil e que a segurança almejada é mais tênue do que parece. Como se esse conflito emergente não bastasse, a ameaça zumbi que parecia distante está mais próxima do que nunca.
 
No terceiro e último livro da série, Apocalipse Z - A Ira dos Justos, nossos amigos precisam enfrentar o maior de todos os inimigos: a própria infecção. Em mais uma narrativa envolvente e cheia de reviravoltas, o autor costura uma empolgante trama que compensa o anticlímax da história anterior ao criar um vilão paradoxalmente carismático e cruel, que será o cerne de uma disputa de poder que acarretará no desfecho tenso e apoteótico da trilogia.
 
A saga escrita por Manel Loureiro é de linguagem simples, de leitura fácil e envolvente, que merece menção entre as inúmeras obras do gênero que tem povoado a literatura, o cinema e a tevê.

Os livros foram publicados pela editora Planeta e possuem 365, 320 e 400 páginas, respectivamente.

 

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